Toninho Cerezo, o interminável.
Após quase 10 anos jogando na Itália, onde atuou na Roma e Sampdoria, Toninho Cerezo, então com 37 anos, decidiu voltar ao futebol brasileiro. A derrota da Sampdoria para o Barcelona, por 1 a 0, na final da Copa dos Campeões da Europa, em 27 de maio de 1992, foi o ultimo capitulo de sua carreira de sucesso na Europa.
Seguindo a tradição de contratar craques veteranos, coube ao Tricolor contratá-lo. Para Cerezo, a possibilidade de voltar a enfrentar o Barcelona na final do Mundial de Clubes em Tóquio no final do ano foi uma dos grandes motivos de sua decisão em vir defender as cores do atual campeão da Taça Libertadores. O outro foi o de voltar a trabalhar com Telê Santana, seu técnico em uma das maiores equipes da história do futebol mundial, a seleção brasileira da Copa do Mundo de 1982. Os dois foram considerados, por muitos, os grandes culpados pela eliminação daquele time frente os italianos.
O meio campo tricolor era composto por dois meio-campistas com características similares, de muita marcação e grande capacidade de desarme, Pintado e Dinho. Também havia outros dois atletas muito talentosos e que avançavam em direção ao ataque, Raí e Palhinha. Nosso técnico, o Mestre Telê, que era fã do futebol de Cerezo, acreditava que ele seria capaz de aumentar a qualidade deste meio campo. Sendo assim, embora tivesse sido contratado para ser reserva, tanto Telê como o próprio Cerezo, sabiam que era uma questão de tempo para que ele se tornasse titular.
Sua estreia aconteceu em 27 de setembro de 1992, no empate por 1 a 1 frente o Santo André em partida válida pelo campeonato paulista daquele ano. Em pouco tempo, como previsto, assumiu a titularidade no lugar de Dinho. Cerezo fortaleceu ainda mais aquela equipe que jogava por musica.
Em 13 de dezembro de 1992, logo após a nossa vitória, por 2 a 1 frente o Barcelona na final do Mundial, ainda no campo, se virou para a torcida catalã e começou a mandar tchauzinho, mandando os ir embora, era sua desforra particular pela derrota na Copa dos Campeões. Uma semana depois, no dia 20, marcou gol na vitória por 2 a 1 frente ao Palmeiras que selou a conquista do campeonato paulista.
O ano de 1993 foi ainda melhor. Cerezo foi um dos grandes nomes da equipe que conquistou a Taça Libertadores e logo após a saída de Raí, contratado pelo Paris Saint Germain, passou a ser a grande referência do Tricolor, que conquistou a Recopa Sul Americana e a Supercopa da Libertadores. Na final do Mundial de Clubes, frente ao Milan, em 12 de dezembro, Cerezo foi soberano. Marcou gol e, com já com 38 anos, foi escolhido o melhor jogador em campo daquela épica vitória por 3 a 2.
Contratado pelo Cruzeiro em 1994, ainda passou pelo Paulista de Jundiaí antes de voltar ao tricolor onde disputou parte do campeonato brasileiro de 1995.
Defendeu as nossas cores em 72 partidas e marcou 7 gols.